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Cap. 128

Lucretia e Wayne deixam o Elle rumo à forja de Joachim. No caminho, cruzam com Cobra Traiçoeira.

Wayne: — Já disse para você não ficar andando pela cidade, índio. Deixa os mexicanos nervosos.

Cobra: — Estou indo caçar cobras. E me diga, quem preocupa mais os mexicanos: um índio desarmado ou um branco armado com uma estrela de xerife?

Lucretia ri enquanto Wayne resmunga: — Ele tem andado muito com você, maldita. Perdeu o respeito.

Voltando-se para o nativo, ele continua: — Vou até o ferreiro deixar metal para fazerem minha nova estrela. Quando voltar, quero encontrar você quieto dentro da cadeia.

Cobra: — Eu não vou ficar na cadeia. Acabou a bebida lá.

Wayne: — É porque uma cadeia não é lugar para se ter bebida.

Cobra: — Por isso eu não fico lá. Nem você.

A essa altura, o riso de Lucretia vira uma gargalhada.

— Vamos, querido. – interfere ela na conversa. — Deixe o homem sossegado.

— Se conseguir uma pele amarelada, pode trocar por uma garrafa cheia no Elle. – propõe para Cobra Traiçoeira, que aceita a oferta com um balançar de cabeça. O nativo segue rumo ao morro da igreja enquanto Lucretia e um contrariado Wayne voltam para sua jornada.

— Eu ainda sou o xerife. – murmura Wayne, — Mesmo sem a estrela, eu mereço respeito.

Lucretia finge não ouvir para não estender o choramingo.

Já próximo ao topo do morro, e pensando na garrafa prometida, Cobra Traiçoeira enxerga, ainda de longe, irmã Bridget golpeando o tronco de uma das poucas árvores que existem na cidade.

Silenciosamente ele se aproxima enquanto a moça soca, bate e chuta a árvore até que, num golpe mais alto com o pé, acaba caindo sentada no chão.

O indígena não consegue conter o riso, alertando a mulher que se vira já com uma faca nas mãos.

— Pode vir. – convida o nativo. — Se a árvore, que não se mexe, conseguiu te deixar no chão, que chance acha que tem contra alguém que pode revidar?

Mal ele acaba de falar e a mulher já está com a faca a poucos milímetros de seu estômago.
 

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